terça-feira, janeiro 31, 2012

Pétalas de saudade




Em cada pétala dessa flor,
Derramo, de conta-gotas,
A cor da minha saudade.

Com lágrima de amor,
Seja de onde for,
Sei que volta mais tarde.

Tamires


segunda-feira, janeiro 30, 2012

Na praia



Um lenço na cabeça e um óculos no rosto,
            Um sorriso nos lábios sem batom ou desgosto
                      Deixei lá na praia areias e maresia,
                              Mas trouxe cá comigo lembranças de ótimos dias.

Tamires

terça-feira, janeiro 24, 2012

O véu do erro




Eu não me conhecia ...
O véu que adornava meu rosto
Também era a tampa que me isolava do mundo.
Pálpebras pesadas e mesmo assim o sorriso era sincero,
Pois não percebia que o que me tirava da vida era o véu que me alegrava o dia.

Eu não o conhecia...
O véu que adornava meu rosto
Também era a pedra que me feria fundo.
Pálpebras pesadas e agora não havia sorriso sincero,
Pois eu tinha certeza que para voltar a vida era preciso deixar a alegria dos dias.

Eu não me convencia...
O véu que adornava meu rosto
Também era meu meio de escapar do mundo.
As pálpebras pesadas não queriam ser magoadas
Pois não sabia mais como era viver sendo a minoria sem o véu dos dias.

Eu o preferia...
Mas não o queria,
Mas não o tirei.
Enfim adormeci,
E não mudei,
E não o tirei.

Eu não voltaria...
E o véu que adornava meu rosto
Encontraria outro gosto e o tiraria do mundo.
Pálpebras pesadas, meio sorriso de pedra.
Todos gostamos de colocar o véu na vista e deixar o errado fazer a alegria dos nossos dias.


Tamires

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Tanto tão tempo




Minhas horas são todas minhas.
Com dias tão quentes, tão curtos, tão mudos...
Não há tempo pra me perder em caminhos sem volta, 
E sempre há tempo pra sair do escuro.

Em minha janela passa o tempo dos outros
E meu tempo não se prende nessa novela.

Precioso, tão generoso, meu amigo sem tempo.
Sopra em mim tantos rumores, tantos amores, tão efêmeros momentos.

Vê se traz de lá do fim
Uma resposta calada
Amenizando, aqui no meio, aflitas madrugadas
Do princípio de mim.

Nesse trem sem ponteiros enferrujados
Num momento pele lisa e no outro cabelos esbranquiçados.

Leva tristeza, traz alegria.
Leva alegria, vem tristeza.
Nessa alternância tão bonita,
Por vezes tão malditas, sempre há tempo pra tanto tempo.

Tamires

terça-feira, janeiro 10, 2012

Vista triste

Alto da montanha,
Céu estrelado.
Entre coisas tão estranhas
Um rosto nublado.

Vista triste
Pés ancorados.
Ficando distante
Um porto abandonado.

Com olhar distante
Assistiu ir embora precioso tesouro.
Lembranças de estante,                                                      
Em molduras de ouro.

Restaram na memória
Fatos quase apagados,
Distanciados da história
Por olhos embotados.

Quis correr, chegar ao cais,
Mas pés ancorados nem andam pra trás.
Naquela vista ia no adeus a doce paz
Peito comprimido, surdos ouvidos, era tarde de mais.

Alto da montanha,
Tristeza mal solucionada.
Entre coisas tão estranhas
Uma atitude desesperada.

Corpo vazio
Sem mente, nem alma
Uma viagem sem caminho,
Um destino sem chegada.

 

Tamires


sexta-feira, janeiro 06, 2012

Mais que um laço





Fecha a fenda que na senda tudo seca.
Seca a lágrima, a inverdade e a descoragem.
Seca a invirtude, a inquietude e a incerteza.

Parando na passagem só não fica quem se vai.
Se vai pra longe e não volta,
Se vai viver sem cantar.

Caminhando a passos largos
Leva voltas em compassos.
Deixa o tempo nas ampolas
E larga longe os sapatos.

Põe pro alto o que te eleva
E deixa por último o que te assusta.
Fechando os olhos pra não ver,
Vai viver sem aventura.

O que nos une é muito maior,
Maior que qualquer laço.
Coloca de lado a fechadura
E traz pra mim o teu abraço.

Tamires

terça-feira, janeiro 03, 2012

Nem em constelações

Do céu ao mar procurei sem encontrar.
Num momento, sem pensar,
Quis, ao menos, acreditar
Que, embora eu não achasse, poderia encontrar.


Sem olhar aonde eu ia,
Vi a verdade que eu queria
Mas não vi a que acontecia.

Pisei grama e sem solução
Fui minha própria contra-mão.
Criei caso e sem acaso fui decepção.

Fechei olhos, portas e janelas
E em um arremedo de pensamento
Vi que não seria o fim.
Busquei aflita a calma que de mim corria
E abracei meus pés.

Não encontrei no céu em constelações,
E nem no mar em corais,
Nem na rua que seguia fria,
E nem na alegria que não era minha.


Achei onde realmente estava.
Achei na coragem de aceitar
Que sou quem sou, mas não sou quem serei.
Encontrei o que esperava.
Amansei, por fim...

Não estava onde eu não achava.
Por isso, me encontrei em mim.


Tamires
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